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Gosto de dizer às pessoas que não sou um tradutor jovem, mas um jovem tradutor.
As oportunidades e escolhas lá dos vinte e poucos anos me puseram no percurso da tecnologia da informação, que se tornou minha principal formação acadêmica e atividade profissional dos vinte anos seguintes. Mas acredito que em todos nós exista um potencial multidisciplinar, não necessariamente acadêmico, mas uma multiplicidade de interesses e paixões, de possibilidades e vontades. A escolha de uma profissão na juventude não precisa ser um contrato de fidelidade vitalício. Essas possibilidades são viáveis e até saudáveis, creio eu.
Estávamos no período ainda crítico da pandemia quando coloquei 40 invernos na conta (sim, prefiro contar os invernos) e aquela ideia já me rondava a cabeça: novos ares profissionais. E, dentre tantos outros interesses e paixões que nunca deixei de alimentar nesses anos, não foi difícil ver na Tradução a possibilidade que eu queria/deveria agarrar.
E lá fui eu… Reassumi papéis de que sempre gostei (mas que, confesso, vinha negligenciado): o de estudante, de curioso, de investigador. E assim fui planejando o novo percurso.
Em três anos concluí alguns cursos, incluindo uma Pós em Tradução. Já tive a oportunidade e a honra de conhecer novas colegas de profissão e de, com elas, participar de eventos presenciais e on-line. Já tive também a oportunidade de realizar e publicar alguns trabalhos. E assim me tornei um jovem tradutor com 40 e poucos anos.
Acho que a melhor parte de escolher um novo percurso a essa altura da vida tem sido essa: de saber, independentemente da área que escolhi, que não há atalho nem caminho fácil. E as redes que acessamos hoje em dia estão cheias de vendedores de atalhos, a tentação está por toda parte, à distância de poucos cliques e do número do cartão de crédito.
O caminho que eu escolhi é feito de uma boa dose de planejamento, de muita paciência, de noites inundadas por pensamentos de incerteza, de estudos, de mais estudos, de novas conexões, de novas pessoas incríveis a cada novo curso, de decisões tomadas em nome de um futuro que já é parte do presente.
Parte desse caminho também é feito de privilégios, e não posso deixar de mencioná-los: o de ter tido acesso ao ensino superior (público) ainda jovem, de ter conseguido um emprego formal e estável antes dos 25 anos, de ter alcançado uma vida que hoje me permite dedicar parte dos ganhos a essa nova etapa de formação – que tem lá seus inúmeros custos.
Enfim, observo com satisfação o caminho percorrido até aqui. E com otimismo o muito que ainda há pela frente.